domingo, 9 de maio de 2010

No amor, tudo pode dar certo!

“Amar também é bom: porque o amor é difícil. O amor de duas criaturas humanas talvez seja a tarefa mais difícil que nos foi imposta, a maior e última prova, a obra para a qual todas as outras são apenas uma preparação”. (Rainer Maria Rilke)

Pensar sobre o amor é não entender os próprios pensamentos. O amor muitas vezes não faz sentido, mas ainda assim ‘tudo pode dar certo’.
Amor: paixão, desejo, ansiedade, medo, expectativa, nervosismo, tédio, angústia, alegria, cumplicidade, egoísmo, tristeza, vazio, felicidade, completude, lealdade, fidelidade, amizade, companheirismo, vazio, indiferença, atenção, espera, chegada, surpresa... realidade.
O que é o amor, como encontrar o amor, existe um amor, há possibilidade de viver um amor verdadeiro?
Refletindo sobre frase de Rilke e fazendo um paralelo com a experiência que a vida me concede, posso concordar com o que o poeta diz. O amor entre duas pessoas talvez seja a vivência mais difícil de ser vivida, mas ao mesmo tempo tão desejada.
Ao prosear com um amigo, conversávamos sobre relações amorosas, então comentei que sentia isso como algo muito difícil de viver. Que tudo em minha vida conseguia ver como possível, pois a maioria dos meus desafios pessoais dependem apenas de mim para serem realizados. Digo, em minha vida profissional, acadêmica, material, espiritual, saúde, estética, cultural... tudo isso abrange outras pessoas, mas na maioria das situações depende do meu trabalho e dedicação para que as coisas aconteçam e tenham êxito. Mas quando se trata de uma relação amorosa é difícil conseguir prever o que vai acontecer e ainda que haja uma entrega intensa de minha parte não basta para que dê certo. Nesse caso, tudo está relacionado a atitude de duas pessoas diante de uma relação, assim, tudo se complica, pois duas pessoas juntas empenhadas num único propósito podem ter muitas dificuldades e limitações para fazer acontecer o amor de modo que seja satisfatório para ambos, ou seja, que proporcione felicidade para os dois envolvidos.
Estou escrevendo e parece que estou racionalizando tanto o amor, como se isso fosse possível. Mas na verdade estou tentando compreender, que por mais romântico e lindo que seja o amor, é um grande desafio vivê-lo. Na vida não existe conto de fadas e nem roteiro de cinema que esteja escrito que a história dará certo e o casal será feliz para sempre.
A vida não é exata: matemática, a vida é abstrata: poesia. E tenho compreendido como é difícil viver um amor verdadeiro. Ao olhar para minha história receio de que nunca tenha vivido uma relação onde desfrutei de um amor verdadeiro, apesar de desejá-lo desde sempre.
Como é difícil encontrar alguém que faça meu coração pulsar para a vida com intensidade e desperte no meu olhar um brilho de viver com entrega. É instigante pensar que amar tem a ver com descobrir numa outra pessoa uma razão para ser melhor para fazê-lo feliz. Uma pessoa que conquistará meu coração para amá-lo como nunca amei ninguém, que sua presença me dará força para lutar pela nossa felicidade a cada instante. Uma relação que irá além da paixão, do encantamento, que transcenderá o desejo pelo toque na pele e o chamego no ouvido. Mais que isso, desejo um outro ser que queira construir junto comigo uma história constituída de cumplicidade, transparência, companheirismo, renúncia, entrega, carinho, lealdade... o compartilhar da vida, o estar junto até que.
Não quero uma relação firmada num contrato, no qual na quebra de alguma clausula o compromisso se desfaz como bolha de sabão que estoura no ar. Quero viver uma relação firmada numa aliança, onde vivamos com autenticidade, pureza, paz, amor, que haja lealdade em cada momento de convivência, que nos suportemos em nossas imperfeições, sejamos dispostos a atravessar o óbvio, que sejamos tolerantes e amáveis no dia mau, tenhamos a disposição de recomeçar, sabendo que no amor sempre existe a possibilidade de que tudo pode dar certo. E que se por alguma desventura do destino um dia não possamos permanecer juntos, tenhamos a consciência de que deu certo enquanto foi possível e possamos guardar a amizade de uma vida compartilhada com verdade.
Não pretendo viver uma ilusão, mas sendo realista e tendo ciência das limitações e deformações humanas, das desventuras da vida, ainda assim acredito no amor verdadeiro entre duas pessoas. E creio que desejando viver como quem procura uma parte de si próprio num outro ser, tendo a certeza que em algum momento mágico de minha história poderei encontrá-lo e viver o amor em sua plenitude é que sigo caminhando, sabendo que estou cada vez mais perto desse amor que é parte do que faz minha vida ter sentido.
Percebo que a vida tem me lapidado pois tenho me permitido amadurecer com as vivências de minha história. Dessa forma, sinto que estou me preparando para viver o amor verdadeiro. Mas também sei que essa busca é um desafio para a vida, o que desejo não se encontra no comum, tem que ser garimpado para ser achado e apesar de por vezes parecer impossível encontra-lo, sinto-me impulsionada a lutar com garra para conquistar o que é a minha verdade.
Sim, o amor é muito difícil, proporciona grandes alegrias e profundas tristezas, mas nele sempre: tudo pode dar certo. Acredite sempre no que sua alma anseia viver a todo instante. O âmago do meu ser anseia por amor, reconheço essa busca e sigo em direção a esse encontro, que poderá ser o mais belo, profundo e intenso em minha história. O grande encontro com o amor!

Larissa Silva

4 comentários:

Unknown disse...

Admiro essa procura, esse anseio! Isso é juventude e beleza !

Anônimo disse...

"O homem ama, porque o amor é a essência da sua alma.
Por isso não pode deixar de amar." (Leon Tolstói)

ri disse...

Lindo, amei, fomos criados para viver o amor. Sem ele o homem e a mulher não podem ser felizes. Mas, afinal, o que é amar?
Todo jovem tem sede de amar, mas muitas vezes o seu amor é mascarado e se apresenta falso e perigoso. Amar não é apoderar´se do outro para satisfazer-se; é o contrário, é dar-se ao outro para completá-lo. E para isto é preciso que você se renuncie, se esqueça. Você corre o risco de, insatisfeito, querer apaixonadamente agarrar aquilo que lhe falta; e isto não é amar.Você só começará a compreender o que é amar, quando a sua vontade de fazer o bem ao outro for maior do que a sua necessidade de tomá-lo só para si, para satisfazer-se.Para amar de verdade, será preciso uma longa preparação, porque somos egoístas. Há muitas 'miragens' do amor. Se o seu coração bate acelerado diante de alguém que o atrai, isto é sensibilidade, não chame ainda de amor. Se você perdeu o controle e se entregou a ele, isto é fraqueza, não chame isto ainda de amor. Se você está encantada com a cultura dele, fascinada pela sua bela carreira, e já não consegue mais ficar sem a conversa dele, isto é admiração, ainda não é amor.Amar é uma decisão. E a decisão não é tomada apenas com o coração, empurrado pela sensibilidade.Se você amar gratuitamente, receberá tudo de volta. Se nos apegarmos ciosamente a nós mesmos e às criaturas, acabaremos perdendo tudo. Bjsssssssssssss

Rods disse...

Alguns dizem que o amor esta nas pequenas coisas, outros nos grandes gestos, nos compromissos também. Acho que o amor esta presente mesmo em tudo, mas amar acho que cada um conjuga a sua forma. A palavra e o sentido são carregados de diversos sentidos e significados. Racionalizar ou tentar entender as limitações da realidade e a diversidade das pessoas parece uma tentativa de equilibrar as relações, não que não seja necessário, mas tarefa um tanto complexa. Às vezes procuramos uma alma gêmea, embora o diferente nos atrai muito mais, procuramos reciprocidades mas na verdade a cobramos, dizemos que entendemos o outro mas sempre ao nosso jeito.
Amar talvez seja o verbo mais conjugável e ouvido, mas o quanto cada um tem de verdadeiro no seu discurso não sabemos. A vida com seus acasos nos proporciona encontros, desses encontros podemos nos permitir e oferecer algo, mas oferecer o que? acho que cada experiência mostra algo. A arte do convívio é o grande exercício para o amor. As diferenças nos levam de encontro a pratica do respeito e a tolerância, e mais diferentes as pessoas mais nos afastamos. No final das contas o que importa é o quanto acreditamos nas nossas possibilidades e o quanto revertemos nossas impossibilidades para o exercício de amar.