quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Delicadeza



Há uma delicadeza nas palavras.
A doçura vinda do coração de um homem bruto.
Ela emociona com ele tão dela.
Essa riqueza de afetos, essa pobreza de possibilidades.

domingo, 18 de março de 2012

Tempo!



Tempo que há tempo está sem tempo
Corre, percorre, discorre
Vive, desiste, persiste.

O tempo que em tempo está a tempo
Presente, nem sempre paciente
Será futuro e no passado já está ausente.

Tempo que insiste em ter tempo
Quando se tem pressa é lento
        E rápido quando o queremos sonolento.            

Quero mais do tempo
Mas vivo sem tempo
Apesar da vida só existir com o tempo.

(Larissa Silva)

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Há ele, e a ele




Há ele em minha vida e a ele escrevo palavras minhas.
Esse que me faz escrever, me desperta a alegria, com desejo de querer ser sua companhia.
Não sei se ele percebe, se faz de propósito, se me reconhece, se vê minha fotografia.
Mas tão longe e tão perto afeta meu coração com a presença de sua canção.
Será que estou vivendo uma paixão ou alguma ilusão?
Ainda não consigo compreender, preciso olhar nos olhos dele para entender.
Desejo conhecer o que ele faz em mim e descobrir se provoco algum afeto nele.
Há momentos que ele parece querer, mas de repente faz sem perceber.
O que pensar de sentimentos que nascem de encontros com desencontros?
Qual o caminho de seu coração? Como tocar em sua emoção?
O que faz ele rir, chorar, alegrar, se apaixonar?
Como desvendar sua alma e revelar minha valsa?
A ele vou poetizar para o tentar encantar.
E quem sabe ele me tira para dançar...

(Larissa Silva)

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Liberdade



"Eu fui à Floresta porque queria viver livre. Eu queria viver profundamente, e sugar a própria essência da vida... expurgar tudo o que não fosse vida; e não, ao morrer, descobrir que não havia vivido".  (Henry David Thoreau)

As palavras de Thoreau me propõe reflexões sobre a liberdade e a essência da vida. A experiência de viver me impele a acreditar que desfrutar da liberdade está intimamente ligado a se descobrir como pessoa única e assim conhecer da essência do viver.
“Ir a floresta” me remete a decisão de se lançar na descoberta do que se é, reconhecer-se e assumir-se como ser humano, esse que é carregado de desejos, dúvidas, medos, paixões, saudades, fragilidades, fortalezas, alguém vulnerável e sensível a experiência de existir.
“Ir a floresta” tem a ver com a constante busca de perceber o que realmente me faz feliz, o que traz sentido a vida... um sábio amigo certa vez comentou que a melhor forma de descobrimos nossa vocação é fazendo, que ao fazer identificamos o que realmente gostamos e queremos. Tem a ver com essa capacidade de experimentar, conhecer... desfrutar de momentos, escolhas, contextos e pessoas, e nisso encontrar o que é para nós a essência da vida. 
É encontrar coragem para ser genuíno em viver sua própria verdade, coragem para trilhar o caminho com realidade, mergulhar no que traz significado ao coração. É lutar para conquistar o que tem como importante, descobrir seu equilíbrio nessa vida inconstante, como diz Kamau: “Eu vou buscar onde for, como for preciso, eu preciso encontrar...”.
E quando encontrar esse equilíbrio, perceber o que está em nós que não reflete vida, não se acostumar com o que é incomodo, tirar do caminho o que nos faz infeliz, ser inconformado com o que é apático, indiferente, dolorido, pesado e expurgar para o passado.
E viver profundamente, sempre abertos as transformações que nosso coração propõe, sem nos fechar em verdades sólidas, mas ir além de nossas convicções e enxergar em nossa caminhada a oportunidade de nos refazer, de descobrir novas paixões e nos apaixonar por novas descobertas.
Mergulhar no que move o coração e tira nossos pés do chão.

(Larissa Silva)