domingo, 16 de março de 2008

Entre você e Deus!


“O bem que você faz hoje pode ser esquecido amanhã; Faça o bem assim mesmo.
Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante;
Dê o melhor de você assim mesmo.
Veja você que, no final das contas isto é entre você e Deus.
Nunca foi entre você e as outras pessoas”.
( Madre Teresa de Calcutá)


Que profundidade há nas palavras dessa grande mulher... Sabe, muitas vezes nos perguntamos como podemos demonstrar a Deus que o amamos, e Jesus JÁ NOS ENSINOU que aquele que ama a Deus deve então amar o próximo como a si mesmo.
Como é esse amor?
Para mim, amar tem a ver com entregar-se, dedicar-se, acreditar, estar presente, ouvir, servir, dar, compreender, entender, andar junto, compartilhar, inspirar, motivar, recomeçar, perdoar, dar atenção, presentear, surpreender, alimentar, suprir, sorrir, acariciar, investir, elogiar, reconhecer... Dar a mão!
Percebo como ajudar o outro e de alguma forma tocar o coração dele com meus atos traz sentido a minha existência, logo fazer o que Jesus diz, não é só o ato de obediência, mas sim de amor a Deus e a minha vida, pois só encontro sentido para eu SER, quando existe um OUTRO que é COMIGO... e assim quando somos NÓS, a vida tem SIGNIFICADO.
(Larissa Silva)

quinta-feira, 13 de março de 2008

Amigos

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os.

(atribuído a Vinícius de Moraes)

quarta-feira, 12 de março de 2008

Individualismo Hoje!

Quero pensar o comportamento contemporâneo a partir do individualismo na modernidade. É possível perceber como o homem moderno tem estabelecido a cada dia atitudes individualistas ante as relações sociais. Podemos notar como se encontra freqüente no cotidiano desse indivíduo um modo de se relacionar com o mundo que resulta no que chamamos de solidão moderna. Essa solidão está totalmente relacionada ao modo de existir onde se valoriza o eu, sendo que não está vinculada a ausência de interações sociais, mas sim a uma atitude de reserva e indiferença na rede de relacionamentos vivenciada pelo indivíduo.
Ao falar do solitário moderno, podemos apontar o homem metropolitano, um indivíduo que está sujeito a uma série de estímulos diariamente, e que para sobreviver psiquicamente precisa desenvolver uma atitude de reserva, de indiferença e recusa ao envolvimento emocional com o que lhe é externo. Assim desenvolve um isolamento psicológico e emocional no seu modo de viver.
Desta forma, podemos dizer que indivíduo moderno desenvolve-se dentro de um ambiente de relações individualizado, fazendo parte de um grande círculo social, redes de relacionamentos, mas sem vincular-se a algum grupo ou pessoa específico. De certa forma, ao manter-se independente das pessoas que se relaciona, busca nisso uma proteção à série de estímulos que recebe no cotidiano.
Porém, sabemos que a existência de um homem isolado é uma impossibilidade sociológica, pois os indivíduos só existem em decorrência de interações sociais, de ações sociais mútuas. Sendo assim, desenvolve-se uma característica nesse mundo que é o anonimato: o homem contemporâneo é uma pessoa que convive com outras pessoas, mas de forma indireta e impessoal. Pode-se citar o exemplo de Celso Castro, em seu artigo Homu Solitarius, que aponta como a vida em uma metrópole moderna, faz com que o indivíduo seja individualista, independente e isolado:
“...Acordar com o auxílio de um despertador, ler o jornal que foi deixado em sua porta, usar um carro para se locomover, ir ao supermercado e comprar comida já preparada, sacar dinheiro num caixa eletrônico e alugar uma fita de vídeo para assistir sozinho...” (1994, pág 77).
Esse indivíduo realizou algumas atividades básicas sem que houvesse interferência de outro. Um indivíduo que transita num mundo de contemporâneos, por isso foi possível essa independência. Tais atitudes refletem um pouco o estilo de vida individualista desse homem moderno. Sendo que esse pode ser desenvolvido ou transformado de acordo com os valores de cada ser humano. Pois a partir do momento que é possível enxergar o outro como parte da própria existência, e um indivíduo com quem é preciso se relacionar, é possível entender a necessidade que há em lutar para transformar um comportamento individualista para atitudes que valorizam as relações e enxergam a humanidade do próximo.
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(Larissa Silva)