“Felicidade se acha é em horinhas de descuido”. (Guimarães Rosa)
Olhos com brilho
intenso, sorriso largo no rosto e a alegria de viver que toma o coração, a vida
parece ter mais sentido e quando se percebe o amor está ali nascendo num momento
de descuido do coração.
Clima de delicadeza e
desejo emanam no ar, difícil impor algum limite racional, não se sabe como
começa ou termina, simplesmente acontece.
Mas derepente descobre-se
que a vida se encarregou de colocar limites. Que esse sentimento que é sutil e
intenso deve ser sublimado, não pode transcender as barreiras da fantasia.
O que fazer com esse
amor que acontece no olhar, essa paixão que impulsiona gestos de beleza,
palavras que são ditas no silêncio?
São sorrisos que se
entendem, mas lábios que não se tocam. Encontros que se dão em invenções
cotidianas. Enganam-se achando que tem o controle e que a proximidade faz parte
da rotina da vida.
Difícil reconhecer que
o descuido do coração tomou conta da razão.
Mas é tanta beleza que
negar é uma tortura para alma. Melhor
não pensar, melhor não entender, melhor não sentir (fingir que não sente?).
Tempos que se
desencontram e a vida trazendo questões sem respostas. Quantos amores se deixam
e vivem solitários por contextos que se colocam maiores que a grandeza da
paixão?
É doído porque é
proibido, mas é maior que a pessoa, está dado dentro de si, aparente no rosto e
a escolha de como viver o amor é o que há. E para ela amar o amor é sempre a
melhor maneira...
"Qualquer maneira
de amor vale à pena, qualquer maneira de amor vale amar
Eles partiram por
outros assuntos, muitos, mas no meu canto estarão sempre juntos, muito. Eles se
amam de qualquer maneira, à vera, eles se amam é prá vida inteira, à
vera..."