quarta-feira, 12 de março de 2008

Individualismo Hoje!

Quero pensar o comportamento contemporâneo a partir do individualismo na modernidade. É possível perceber como o homem moderno tem estabelecido a cada dia atitudes individualistas ante as relações sociais. Podemos notar como se encontra freqüente no cotidiano desse indivíduo um modo de se relacionar com o mundo que resulta no que chamamos de solidão moderna. Essa solidão está totalmente relacionada ao modo de existir onde se valoriza o eu, sendo que não está vinculada a ausência de interações sociais, mas sim a uma atitude de reserva e indiferença na rede de relacionamentos vivenciada pelo indivíduo.
Ao falar do solitário moderno, podemos apontar o homem metropolitano, um indivíduo que está sujeito a uma série de estímulos diariamente, e que para sobreviver psiquicamente precisa desenvolver uma atitude de reserva, de indiferença e recusa ao envolvimento emocional com o que lhe é externo. Assim desenvolve um isolamento psicológico e emocional no seu modo de viver.
Desta forma, podemos dizer que indivíduo moderno desenvolve-se dentro de um ambiente de relações individualizado, fazendo parte de um grande círculo social, redes de relacionamentos, mas sem vincular-se a algum grupo ou pessoa específico. De certa forma, ao manter-se independente das pessoas que se relaciona, busca nisso uma proteção à série de estímulos que recebe no cotidiano.
Porém, sabemos que a existência de um homem isolado é uma impossibilidade sociológica, pois os indivíduos só existem em decorrência de interações sociais, de ações sociais mútuas. Sendo assim, desenvolve-se uma característica nesse mundo que é o anonimato: o homem contemporâneo é uma pessoa que convive com outras pessoas, mas de forma indireta e impessoal. Pode-se citar o exemplo de Celso Castro, em seu artigo Homu Solitarius, que aponta como a vida em uma metrópole moderna, faz com que o indivíduo seja individualista, independente e isolado:
“...Acordar com o auxílio de um despertador, ler o jornal que foi deixado em sua porta, usar um carro para se locomover, ir ao supermercado e comprar comida já preparada, sacar dinheiro num caixa eletrônico e alugar uma fita de vídeo para assistir sozinho...” (1994, pág 77).
Esse indivíduo realizou algumas atividades básicas sem que houvesse interferência de outro. Um indivíduo que transita num mundo de contemporâneos, por isso foi possível essa independência. Tais atitudes refletem um pouco o estilo de vida individualista desse homem moderno. Sendo que esse pode ser desenvolvido ou transformado de acordo com os valores de cada ser humano. Pois a partir do momento que é possível enxergar o outro como parte da própria existência, e um indivíduo com quem é preciso se relacionar, é possível entender a necessidade que há em lutar para transformar um comportamento individualista para atitudes que valorizam as relações e enxergam a humanidade do próximo.
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(Larissa Silva)

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